A sessão teve início com o discurso da presidente do Conselho de Administração, Maria do Carmo Bernardo, salientando que se deu início a uma operação de venda de acções “alguma vez realizada” no mercado de capitais angolano, sendo que o período de subscrição decorrerá entre 5 e 25 do mês corrente.
”Temos a firme convicção que este não é apenas um marco financeiro; é um passo decisivo para consolidarmos a confiança no nosso mercado de capitais e abrirmos caminho para uma verdadeira democratização do investimento”.
Esta iniciativa também se enquadra no Programa de Privatizações (PROPRIV), visando “promover maior transparência, eficiência e competitividade no sector financeiro, ao mesmo tempo que amplia a dispersão accionista e democratiza o acesso ao mercado bolsista”, frisou Álvaro Fernão, presidente do Conselho de Administração do IGAPE, a entidade gestora dos activos do Estado no sector privado.
”Trata-se de um processo que vai muito além da transação em mercado de capitais, mas que materializa os valores que norteiam o PROPRIV, isto é, a transparência, a equidade e a livre concorrência, reforçando o compromisso do Executivo angolano em promover um crescimento económico sustentável, criando oportunidades de investimento tanto para pequenos subscritores como para investidores institucionais”.
A operação prevê a alienação de 4.462.500 acções ordinárias, escriturais e nominativas do BFA, representativas de 29,75% do capital social e dos direitos de voto.
Embora o valor nominal seja de AOA 6000 (US$ 5,5) por acção, o preço final será definido em Bolsa, dentro de um intervalo compreendido entre AOA 41500 (US$ 45,5) e AOA 49500 (US$ 54,3), consoante a procura.
O processo reserva ainda 2% do capital que representa 300.000 acções para trabalhadores e membros dos órgãos sociais do banco. Os oferentes são a Unitel, que disponibiliza 15% da sua participação, e o Banco Português de Investimento (BPI), que alienará 14,75%, disse Paulo Graça Silva, administrador da BFA Capital Markets.
A PERFORMANCE DO BANCO
Com mais de três décadas de existência, o BFA consolidou-se como um dos principais actores do sector financeiro, actualmente com 194 balcões, uma rede de 2.549 colaboradores e mais de três milhões de clientes.
Em 2024, o banco alcançou um resultado líquido de AOA 205,8 mil milhões (US$ 225,7 milhões), “sustentado por indicadores financeiros de referência, com uma rentabilidade dos capitais próprios de 33,7%, rentabilidade dos activos de 5,5% e índice de solvabilidade de 40,7%”, explicou Francisca Ferrão Costa, administradora executiva.
Para além dos indicadores económicos e financeiros, a qualidade da gestão do BFA foi reconhecida internacionalmente em 2024, quando a revista britânica The Banker atribuiu à instituição o prémio de Banco do Ano em Angola. O banco tem ainda investido fortemente na digitalização e na inclusão financeira, com destaque para a BFA App e outros canais digitais que aproximam os serviços bancários das comunidades mais remotas.
O compromisso social permanece, igualmente, no centro da actuação, através do apoio a projectos que impactam positivamente a vida de milhares de famílias e crianças em Angola.